TOXINA TETÂNICA
Prevenção
Prevenção do tétano neonatal e materno:
A prevenção do tétano neonatal deve ser assegurada muito antes do início da gravidez. O acompanhamento das grávidas deve contemplar, além dos cuidados médicos habituais, a verificação do seu estado vacinal. (DGS 2012)
Vacinação:
Nos casos em que a mulher em idade fértil não se encontra devidamente imunizada contra o tétano, deve proceder-se à sua vacinação de imediato.
A decisão de vacinar a gestante contra o tétano, bem como o número de doses que devem ser administradas, são parâmetros médicos que devem estar estritamente associados ao seu historial de imunização.
Nos casos em que o parto ocorreu em condições asséticas ou se a puérpera não se encontrava imunizada, deve-se proceder à vacinação imediata da mãe e à imunização ativa antecipada do recém-nascido. (WHO1; DGS 2012)
Outras medidas preventivas:
O parto deve ser feito em ambiente higienizado e devem usar-se instrumentos cirúrgicos estéreis para cortar o cordão umbilical. (WHO3)
Nos casos em que tal não ocorre, além da imunização ativa, deve proceder-se à limpeza e tratamento do cordão umbilical (lesão que é potencialmente tetanogénica quer para a mãe, quer para o filho), à administração de TIG e da antibioterapia adequada. (DGS 2012)
Prevenção de tétano nas feridas:
Vacinação:
A vacinação contra o tétano na presença de feridas de caráter tetanogénico é fundamental para a profilaxia da doença, uma vez que o uso profilático de antibióticos não traz benefícios diretos. (DGS 2012; CDC 2015)
As medidas a adotar para a prevenção do tétano (possível necessidade de imunização passiva/ativa) na presença de feridas dependem, quer da situação vacinal, quer das características da ferida do indivíduo (Tabela 4). (DGS 2012; CDC 2015)
Outras medidas preventivas:
As feridas, em particular as abertas, devem ser cuidadosamente limpas com antissético, removendo-se os corpos estranhos e tecidos necróticos presentes, uma vez que estes facilitam o desenvolvimento de C. tetani e a libertação de toxinas. Após a limpeza da lesão, esta deve ser devidamente coberta com material de penso estéril e tratada com um desinfetante de uso tópico. (DGS 2012; CDC 2015; WHO5)
A administração de TIG, recomendada apenas para indíviduos não imunizados com lesão tetanogénica, deve ser executada antes da limpeza da ferida, uma vez que durante esta operação pode haver libertação de uma quantidade significativa de toxina tetânica. (DGS 2012; CDC 2015)
Tabela 4. Profilaxia do Tétano na presença de feridas. Adaptado de (DGS 2012)
Situação Vacinal
(n.º de doses já administradas)
Desconhecido ou < 3 doses
≥ 3 doses, a última < 5 anos
≥ 3 doses, a última entre 5 a 10 anos
≥ 3 doses, a última ≥ 10 anos
Feridas Não Potencialmente Tetanogénicas
Feridas Potencialmente Tetanogénicas
Uso de Vacina
Uso de Vacina
Uso de TIG
Uso de TIG
Prevenção no Viajante:
Vacinação:
Indivíduos que viajem para locais em que o acesso médico/ vacinação seja condicionado, devem ser administrados com um reforço da vacina, se a última vacina foi administrada há mais de 5 anos. (DGS 2012; Mallick and Winslet 2004)
Bibliografia:
[1] WHO (World Organization Health): Immunization, Vaccines and Biologicals: Maternal and Neonatal Tetanus (MNT) elimination
http://www.who.int/immunization/diseases/MNTE_initiative/en/
[Acedido a: 25/05/2015]
[2] Leça A, Calé ME, Freitas MG, Valente PM (2011) Programa Nacional de Vacinação 2012. Norma da DGS (Direção Geral de Saúde) 040/2011
[3] WHO (World Organization Health): Tetanus
http://www.who.int/topics/tetanus/en/
[Acedido a: 20/05/2015]
[4] CDC (2015) Epidemiology and Prevention of Vaccine-Preventable Diseases:The Pink Book: Course Textbook, 13 edn
[5] WHO (World Organization Health): Should tetanus immunizations be given to survivors with injuries in emergency situations?
http://www.who.int/features/qa/04/en/
[Acedido a: 22/05/2015]
[6] Mallick IH, Winslet MC (2004) A Review of the Epidemiology, Pathogenesis and Management of Tetanus. International Journal of Surgery 2:109-112